PODOSTEMACEAE

Mourera fluviatilis Aubl.

Como citar:

Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho; Tainan Messina. 2012. Mourera fluviatilis (PODOSTEMACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

4.618.680,742 Km2

AOO:

100,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Ocorre no nordeste da América do Sul, sudeste da Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e norte do Brasil (Rutishauser; Grubert, 1999), no Brasil, ocorre nos estados de Roraima, Amapá, Pará, Piauí e Pernambuco (Bove, 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

<i>Mourera fluviatilis</i> caracteriza-se por ervas aquáticas, apresentasíndrome de polinização melitófila e/ou anemofílica. Não endêmica do Brasil.Ocorre nos biomas Amazônia e Mata Atlântica, preferencialmente em rios quepossuam alto fluxo hídrico durante o ano todo. Apresenta EOO de3.805.877,590km². Amplamente distribuída. Protegida pelo Santuário Ecológico daSerra D?Água (AL). Apesar de utilizada por algumas tribos amazônicas parasalgar alimentos, não apresenta nenhuma ameaça direta que a coloque em algumacategoria de ameaça. Não ameaçada no âmbito nacional (Bove, C.P., <i>com.pessoal</i>).

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Hist. Pl. Guiane 1: 582, t. 233. 1775.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

População:

Flutuação extrema: Sim

Ecologia:

Biomas: Amazônia, Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em rios que possuem alto fluxo hídrico durante o ano todo (Rutishauser; Grubert, 1999).
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane, 5 Wetlands (inland), 5.1 Permanent Rivers/Streams/Creeks [includes waterfalls]
Detalhes: Caracteriza-se por ervas, aquáticas (Bove, 2012); perene, com suas folhas podendo chegar a até 2m de comprimento. Floresce e frutifica de Julho a Fevereiro (Rutishauser; Grubert, 1999); espécie geralmente autogâmica; sendo polinizada através do vento, também por abelhas (Sobral-Leite et al., 2011).

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
O modelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumento significativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno de natureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator. As questões mais urgentes em termos da conservação e uso dos recursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escala de funções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado às políticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longo das estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina, exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agricultura mecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão. Esse aumento das atividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legal brasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no período de 2002 e 2003, foi de 23.750 km2, a segunda maior taxa já registrada nessa região, superada somente pela marca histórica de 29.059 km2 desmatados em 1995. A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileiro criou um Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontar soluções de como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (Ferreira et al., 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.1.2 National level
Aespécie consta no Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de2008 (MMA, 2008) sendo considerada oficialmente ameaçada de extinção. Foiconsiderada Vulnerável (VU) em avaliação de risco de extinção empreendida pelaFundação Biodiversitas (Biodiversitas, 2005).
Ação Situação
4.4.3 Management
Espécie ocorre em Unidades de Conservação: Santuário Ecológico da Serra D'Água, no estado do Alagoas (CNCFlora, 2012).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Alimentício
​Suas cinzas são utilizadas por algumas tribos amazônicas para salgar alimentos (Bove, com. pessoal).